Por que Estou Deixando as Assembleias de Deus para unir-me à Igreja Metodista Unida (Parte 1)
16
de fevereiro. Por
Jeremiah Gibbs
Algumas
decisões são bem mais difíceis de serem tomadas do que outras. Por
muitos anos, a decisão de migrar das Assembleias de Deus para a
Igreja Metodista Unida parecia ser uma das difíceis.
Mas agora esta decisão se tornou extremamente fácil.
Em
um primeiro momento, as Assembleias de Deus (AD) pareceriam ter uma
série de aspectos positivos. São uma das duas principais
denominações cristãs que continuam a crescer ano após ano nos
Estados Unidos. Concedem um nível de autonomia bastante alto para
seus pastores e igrejas. A espiritualidade é vibrante e estimula um
relacionamento profundo com Deus.
A
Igreja Metodista Unida (IMU) parece colecionar problemas quanto as AD
coleciona sucessos. A membresia da IMU está em queda livre desde sua
formação em 1968. Em cada reunião de seu órgão administrativo há
conflitos relacionados à homossexualidade e nos anos de interregno
há uma série de manobras e ameaças. E submeter-se a esse sistema
significa perder um grande controle sobre sua própria carreira
ministerial.
A
verdade é que a razão mais importante para que eu deixe a AD é
completamente pessoal. Minha esposa é uma pastora ordenada da Igreja
Metodista Unida. Os metodistas unidos são nomeados para suas igrejas
pelo bispo e por sua equipe. Na AD não há tal sistema de nomeação.
Portanto, em certo momento minha esposa poderia ser nomeada para
longe de meu trabalho e eu teria muitas dificuldades para encontrar
uma nomeação pastoral importante próximo a ela. Ao fazer parte da
IMU, a partir deste momento o bispo e seu gabinete serão
responsáveis por garantir que eu seja nomeado com uma boa
remuneração no ministério, caso queiram nomear a Jen para um lugar
distante. Sou grato por estar sob um sistema que seja responsável
por nós dois. Também é importante o fato de ter-me graduado (duas
vezes) em um seminário metodista unido, ensine e pastoreie em uma
universidade ligada à Igreja Metodista Unida e sirva regularmente em
funções de liderança denominacional no âmbito da IMU. O fato é
que me tornei mais próximo da IMU do que da AD nos últimos dez
anos.
Além
desses motivos pessoais, que são os mais importantes para mim, há
também algumas razões teológicas e ministeriais. Essas
provavelmente serão muito mais interessantes para meus leitores.
Em minha próxima postagem discutirei algumas das razões teológicas
pelas quais estou trocando a AD pela IMU.
Mas aqui estão algumas das razões ministeriais para a minha
mudança:
- A IMU oferece um espaço para que os ministros se esforcem com a teologia. A AD possui alguns parâmetros muito estreitos sobre o pensar a teologia e romper tais parâmetros pode ter alguns custos muito altos para os ministros. Caso a igreja queira articular uma visão do Reino de Deus em uma cultura pós-cristã, os pastores e teólogos precisam ter liberdade para lidarem com as doutrinas de nossa fé sem medo. A IMU é um ambiente cultural no qual se encoraja e se adota claramente a investigação teológica. Por outro lado, a IMU possui muitos ministros que são mais progressistas que eu. Mas algumas vezes é melhor estar lado a lado de alguém de quem se discorda muito mas que irá respeitá-lo, do que estar ao lado de alguém de quem se discorda pouco mas que pouco o respeita. Nunca me imagino em uma situação na qual eu concorde plenamente com qualquer grupo grande de pessoas em qualquer assunto. Mas como será quando discordarmos?
- A IMU precisa de pessoas com dons em discipulado e liderança organizacional. Não conheço tão profundamente a IMU para entender todos os motivos, mas muitas Igrejas Metodistas Unidas tem uma necessidade muito grande de discipulado básico em suas congregações. Tenho certeza de que posso contribuir bastante pois discipulado e liderança organizacional são áreas nas quais eu me sinto plenamente capacitado. Caso você seja uma pessoa que também possua esses dons, a IMU poderia usá-lo também!
- A IMU capacita melhor as pessoas para exercerem seus ministérios. A AD tem muitas pessoas credenciadas, algumas das quais inadequadamente treinadas mas que ainda são nomeadas, de forma que há ministros muito capazes que são frequentemente ignorados. Ouvi histórias demais sobre pastores competentes que permaneceram desempregados ou que foram empregados com salários tão baixos que não puderam permanecer no ministério e sustentar suas famílias. A IMU garante um salário mínimo de US$ 28.000,00 por ano (varia pouco de estado para estado) além de garantir a moradia de seus ministros. Eles também "garantem" a nomeação de um pastor a partir do momento em que ele é ordenado. Muitos pastores recebem salários consideravelmente maiores. Há uma troca: os pastores da IMU não escolhem onde trabalhar. Mas, pessoalmente, considero muito mais importante ser capaz de trabalhar em algum lugar do que ser o responsável por todas as decisões com respeito a onde trabalharei.
- A IMU apoia totalmente as mulheres no ministério. Este é um compromisso pessoal ao qual sou profundamente empenhado. A AD apoia oficialmente o ministério feminino, o que é melhor que muitas denominações evangélicas. (Um exemplo está no meu texto de "Como Tornei-me um Apoiador do Ministério Feminino.") Mas a política de liberdade da igreja local da AD combinado com o fato de que muitas não desejam ter uma mulher pastora, por razões culturais, significa que bem poucas mulheres chegam a ter a oportunidade de servirem como lideranças pastorais. Não é este o caso na IMU, onde as mulheres são preparadas intencionalmente para assumirem grandes responsabilidades na liderança pastoral. A IMU tem lutado para nomear mulheres nas igrejas grandes, por exemplo, mas muitas conferências estão trabalhando fortemente para corrigir esta desigualdade. A igreja precisa tanto das vozes dos homens quanto das mulheres na liderança pastoral, caso deseje corresponder ao grande chamado que Deus colocou sobre ela. O trabalho é importante demais para que se ignore os dons de liderança de "Metade da Igreja."
- A IMU apoia os ministros jovens. Isto tem tanto a ver com uma falta quanto com um um dom. A IMU tem falhado em cultivar um pastorado jovem na mesma proporção com a qual tem perdido seu pastorado mais idoso. Parece que a IMU tem diminuído mais rapidamente entre seu clero que em sua membresia total. Com tal necessidade de pastores jovens, esses líderes estão sendo intencionalmente cultivados com oportunidades de desenvolvimento de liderança e oportunidades ministeriais que irão prepará-los bem para o futuro ministério. Quero isto para mim. Quero isto também para os alunos que estou preparando para o ministério na Universidade de Indianapolis.
Sei
que muitas dessas respostas podem soar bastante "mundanas"
para alguns de meus amigos na AD. Não se preocupem. Também irei dar
alguns dos motivos teológicos em minha próxima postagem. Mas
recomendaria que não minimizassem esses motivos mais práticos. Caso
você deseja se comprometer com o ministério, você precisa saber
como isto afeta outras áreas de sua vida.
Sou
grato pelo fato da Igreja Metodista Unida ter aceito minha intenção
de transferir minhas ordens em uma reunião da Board of Ordained
Ministry (Junta de Ministério Ordenado) ocorrida nesta semana. Em
junho deste ano prosseguirei com esta intenção.
Tradução:
Fabio Martelozzo ( fabiomartelozzo@gmail.com
)
Parte 2: http://deusnoplural.blogspot.com.br/2016/05/por-que-estou-deixando-as-assembleias.html
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